Existe uma relação entre as pessoas de uma forma sui generis. Sempre admirei a bandeira do Brasil e sonhava com ter nascido no único pais que teve a ousadia de colocar um texto na bandeira com meu lema de vida: "Ordem e progresso", não posso acusar de plagio. E cresci pensando que nasci no lugar errado.
No sul e sudeste brasileiro percebe-se um tipo de ordem diferente ao ordem amazônico. A ordem posso definir como um conjunto de regras que facilitam a vida pessoal e da comunidade. A ordem que impera aqui é uma desordem ordenada pela cultura "Salve-se quem possa".
Transito
Com 685000 carros rodando pela cidade de dois milhões de habitantes é esperado ter congestão de transito. Então é preciso ordem do transito, mas observo de forma aleatória, com congestão ou sem congestão uma briga de formula 1, uma luta animalesca por passar o sinal vermelho, a faixa de pedestre, furar uma fila, ziguezaguear, piscar os faróis, apitos despropositados, carros na calçada, fazer retornos indevidos por calçadas, jardins, motoqueiros sem capacete na cabeça ate com três pessoas abordo a 70 km/h. Acredito que se os veículos tivessem pernas para caminhar muitos as levantariam e esmagariam aos que tranquilamente esperam uma fila avançar.
Vejo uma população que tomou a impaciência como parte da cultura. E fazer loucuras com convicção quase religiosa.
Os taxistas formais são padrão de como se comportar no transito no mundo, mas aqui é no inverso. Em geral são os todo-poderosos da rua.
A ordem manauara não posso aceitar, onde há impaciência só ha confusão e onde há confusão não há progresso. Para fazer jus ao Brasil que sempre admirei pela bandeira, devemos apoiar toda iniciativa ou promover coisas que elevem o nível do ordem do transito em Manaus.
Policiais
A presença de elementos do ordem na cidade são os policiais. Mas é tão difícil vê-los, sua presença escassa como o frio nesta região me leva a pensar que eles não existem para por ordem. Por ocasião da Copa FIFA 2014 no centro caminhei com tanta tranquilidade que podia distrair a vista com a bela arquitetura colonial do centro histórico.
Parece-me que não existe inteligencia policial, apenas fraca presença policial. Tal vez a cultura da ordem amazônica seja a responsável. Por ser uma região isolada do Brasil a tranquilidade do passado tenha feito dormir aos policiais. Pode caminhar kilometros de carro que não vê policial de a pé, apenas agentes do transito. Em verdade eles estão nos carros 4x4 mitsubishi e na base chamada "Ronda do Bairro". Em uma cidade deste tamanho precisa-se ter pontos de vigilância constante. Vendo o mapa da violência e de acidentes algum agente deveria estar perto. Se os agentes do ordem continuam imobilizados a população vai começar a fechar ruas com grades ou fazer "condomínios de ruas". Sem agentes do ordem o progresso é impossível. A sociedade passa ao temor e terror.
Lixo
Provavelmente esta cidade deve ser a mais suja que conheço e a cultura de jogar tudo pela janela é normal. A ideia que de o lixo deve-ser ensacado e colocado no deposito correto é dever de todo morador. Mas também observa-se que em certos bairros as águas das pias vão para a via asfaltada, criando correguinhos, que no calor são pestilentes, isto se ve ate no bairro parque 10 que é um dos melhores e aparente planejado. A coleta seletiva é pequena, ainda não foi levada a serio.
Outro problema grande é que os corregos maiores chamados de igarapes são os locais onde parte da população joga o lixo com toda naturalidade. Quase 4000 toneladas de lixo a prefeitura retirou neste ano 2014.
A falta de ordem neste quesito leva a doenças, perda de qualidade de vida.
Transporte público
Como na maioria do Brasil este sistema esta indo a pique, o uso da bicicleta é quase impossível nesta cidade. Os ônibus públicos frequentemente andam lotados, não tem ar climatizado. É um inferno molhado. Isto esta levando a que os carros particulares sejam mais procurados. Nos terminais existe desordem para subir ao ônibus uma corrida desesperada. Estou começando a pensar na necessidade de trem ou metro. Desafogar as vias troncais e abrir espaço para os ciclistas.
Com desordem do transporte público o progresso desta bela região tende a se transformar no bicho papão da amazônia.